A mãe que é mãe, que deixou muita coisa pela profissão : mãe, mas que foi muitas outras no caminho, dona de casa, enfermeira, educadora, trabalhadora, psicóloga,motorista,esposa, amante, namorada, defensora acérrima de todos os direitos e mais alguns, estudante, sonhadora, perfeccionista, cozinheira, costureira....e cada vez mais se afastou da palavra MULHER.
A mãe que escolheu ser mãe e tomou a sua decisão sem nunca saber qual seria o seu futuro, a mãe que abdicou muitas vezes de ser mulher, em prol dos filhos, a mãe que há 12 anos é mãe e cubriu falhas de ausências,para ser pai e mãe, a mãe que sentiu culpa, a mãe que sentiu medo, a mãe que faz de tudo para não aplicar a santa palmada, a mãe que chora, a mãe que ri, a mãe que ensina aos filhos o que é o gin, a mãe que ensina aos filhos o que é o amor, a mãe que dança na cozinha, a mãe que bebe o seu copo de vinho, por vezes a sua garrafa! A mãe que adormece com maquilhagem, a mãe que deixa de correr para limpar a casa,a mãe que deixa a louça por lavar por estar exausta, a mãe que não quer voltar para esta casa que se tornou um caos, a mãe que se atrasa nas formações para levar a filha a atividade e buscar o outro à escola, a mãe que se esquece de responder a e-mails, inclusivé de ver e-mails, a mãe que se esquece de retribuir telefonemas, a mãe que sente que desde o divórcio que tentam culpa-la por tudo, sem qualquer empatia, atiram-lhe à cara FOI A TUA DECISÃO, ACARRETA COM AS ESCOLHAS, a mãe que confia na filha e não a acorda e ela falta à primeira aula, a mãe que adormece o filho e não consegue ficar acordada para dar um beijo à filha, a mãe que chega do trabalho e quer dormir, mas ao invés disso vais às compras, a mãe que faz os fatos de carnaval, e trata de todas as festas de aniversário, a mãe que adormece a pensar no almoço que não fez, nos legumes que comprou,a mãe que pouco dorme, a mãe que só quer 2 minutos de silêncio, a mãe que nos seus fins de semana quinzenais só quer dormir de sexta a domingo, a mãe que não tem paciência e se leva aos limites, a mãe que não escolheu ter filhos sozinha, mas acarreta com essa responsabilidade como se tivesse recorrido a um banco de esperma, a mãe que é uma MILF tem 40 anos mas é super divertida, gosta de jantar com amigas, namorar, ler um bom livro, fazer sexo, fazer amor, correr no parque, caminhar, dancar, estudar, fazer formaçoes, ser criativa, essa mãe esqueceu-se de ser mulher e recorreu ao fim de quase 41 anos de vida, a uma amiga, uma psicóloga, que lhe desse esperança e estratégia para recuperar a mulher que perdeu quando tomou decisão de ser mãe e agora nos últimos quase 2 anos literalmente mãe solteira!
Obrigada Dra Marta por me fazer voltar a acreditar que sou acima de tudo MULHER e não existe nada de errado nas minhas decisões nem no facto de querer voltar a ser eu própria, com todos os meus sonhos, desejos, e objetivos!
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